Segundo Andar: Corredor

Um simples corredor.

É possível ver uma cortina tampando uma espécie de buraco na parede que leva ao quarto número 6. Mais para frente uma porta que parece de um armário de produtos de limpeza pode ser encontrado, a porta ali é tão pesada que somente uma pessoa naturalmente forte é capaz de abrir-la. Quem entrar, se encontrará no quarto 7


EDIT: O QUARTO 7 E O BANHEIRO ESTÃO FORA DE USO. UMA BOMBA EXPLODIU ALI.

Atravessou todo o segundo andar se aproveitando da escuridão.

Chegando ali, ouvi o barulho da explosão e me joguei no chão. O que estava acontecendo? Por que meu cérebro estaria criando uma explosão no hotel? E o mais interessante, como ele representaria o resultado da explosão? Seria igual num desenho feito por jornalistas, ou seria real igual algo que eu poderia ter visto em uma fotografia que ficou gravada em meu subconsciente?

Levantei, vagarosamente e com um pouco de receio, para ir ver o que estava acontecendo.

A bomba explodiu destruindo toda aquela área e impedindo a entrada no quarto número Sete.

Ainda segurando o livro contra o peito, Lauren se apoiava na parede para tentar recuperar o folego, acabando por mancha-la com o sangue que secava em suas mãos.
- A-Alguém, por favor me aju--
Sua voz estava fraca e rouca, mas logo morreu de vez quando viu o cenário. O pavor tomou conta de si, fazendo com que as pernas fraquejassem e ela caísse novamente no chão, sentindo as lagrimas quentes marcando novamente o rosto.
- O que está acontecendo? Qual o problema desse lugar?

Olhei para o lado e notei a garota ensanguentada, por quê meu cérebro estaria criando tais acontecimentos? Assim, ignorando ela, a curiosidade bateu ao pensar no que poderia acontecer com meu irmão neste incrível sonho onde tudo fazia e ao mesmo não fazia sentido.

Fui até o quarto numero 6, que, estranhamente, a porta era só uma cortina. Por algum motivo meu cérebro criou aquilo, será que é porquê ele assemelha esse hotel a algo louco? Até porque... Que hotel teria um quarto parecido com um manicômio.

Tampou a boca, tentando engolir o choro mas falhando miseravelmente. Olhando para o lado, viu um homem, parado em frente a porta de um quarto.
- C-Com licença! Por favor, me ajude, tem um corpo no meu...
Sua voz travou, embaralhada pelo choro, sua garganta estava seca e ela se sentia extremamente cansada, caso não estivesse se apoiando na parede provavelmente não conseguira se manter em pé.
- Por favor, eu não sei mais o que fazer.

Cheguei a puxar a cortina, mas não olhar para dentro do quarto, pois minha atenção tinha sido capturada pela mulher que suplicava por ajuda, assim, sem pensar duas vezes, como um bom homem da sociedade moderna, fui ao seu encontro para tentar ajuda-la.

Tentei ajuda-la a levantar e, caso ela não fosse capaz, simplesmente iria pular até a pergunta:

— O que aconteceu? Qual é o seu nome? — a segunda pergunta era mais curiosidade minha, já que, obviamente ouvi de relance o nome dela, mas será que eu tinha prestado bastante atenção para que meu cérebro memorizasse?

Levantando com a ajuda do homem, ela respirou fundo e limpou as lagrimas, sentindo-se mais calma por não estar sozinha. Embora não conseguisse sorrir, tentou deixar o rosto o mais apresentável possível, manias que custavam a desaparecer.
- Meu nome é Lauren. E... Eu acho que tem alguém me seguindo, não sei. Sai do meu quarto e encontrei um homem sangrando que tentou me matar, quando fui voltar para o meu quarto tinha um corpo estirado no chão.
As lembranças faziam seus braços tremerem, fazendo com que abraçasse o próprio corpo.

— Uou — deixei escapar, sem querer, meu espanto e admiração ao meu cérebro. Por sorte, naquela situação, esse tipo de comportamento não seria tão estranho, talvez um pouco, se ela acabasse notando o tom de admiração — Não se preocupe, nada ruim, daqui em diante, irá acontecer contigo — mesmo que eu soubesse que aquilo era um sonho e que tudo não se passava de criações do meu cérebro, a minha parte humana – algo interessante de se pensar, já que, muitos seres humanos não ligariam para as condições da garota, muito menos em um sonho, simplesmente seguiriam a sua curiosidade. Assim, o que eu poderia definir como "minha parte humana"? – fazia com que eu me importasse tanto com o próximo, que tive uma vontade de tentar controlar o meu sonho, tentando fazer dele um sonho lúcido, protegendo-a de um perigo que não realmente existiria.

No fim, ajudei ela a entrar no quarto do meu irmão, além da minha curiosidade para saber como ele estaria no sonho, se eu esquecesse ela lá, talvez, mas só talvez, ela não voltasse mais naquele sonho.